Sombra até para quem conheço
Não conhecia nenhuma puta e hoje tudo tem um preço
Quem é que anda por aí? Sou o filho menos rebelde
Aquele que menos quer e acaba a dormir em pé
Para amanhã acordar às tantas
Bulir, sair e gravar maquetes
A energia depende do que está aberto a estas horas
Deixem-me abastecer e fechem a loja
Sou filho da sorte
São 5 da noite (isso existe?)
Sem saúde porque o vosso brinde já foi
Mas é só mais um atraso
Geralmente estou desculpado
O que conta é estarem todos acordados
Circula com pouco gasto
Guarda os 40 da mucha e apanha uber para o Carregado
Vampiros andam atentos aos teus movimentos
Quando a noite é uma criança sabem que a criança cresce
Não é cedo, mas murchas de cansaço
A natureza anda estranha para quem pensa em plantar
Hoje matei uma melga, que ela descanse em paz
Sou filho da noite e à noite fazem-se os animais dos mais chatos
Estou em contacto
A melga ouve o que eu vou rimar
Vivo sem muita confiança porque assim que puder ponho-me no teu lugar
Perdido na noite mais escura
Não existe luz na rua
Sinto que a luz solar a minha alma já não fura
Podia ir lá para fora mas o espectro censura-me (2x)
desliga o foco fecha a cortina pinta a parede sou filho da noite,
a girar pela cidade com uma garrafa e uma foice,
a mirar o horizonnte dum campanário atento às baladas,
e quando batem 12 então começam as caçadas,
bruxas enfeitçadas, receitam conjuras endiabradas,
em capelas arruinadas, abandonadas por pessoas que pela fé foram deixadas,
a convivência com fantasmas acontece aos olhos de gente calma,
aldeões à volta da fogueira em conselho,
hà profecias esta noite o céu está pintado de vermelho,
os gatos pretos foram esfolados e há uma semana que ninguem se olha o espelho,
os insetos lutam para não serem esmagados primeiro,
entáo sem opçáo repsiro escuridáo,
sou réu do bréu, duma noite sem previsão de terminação,
já adaptei os olhos às formas do vazio sem razão,
agora adapto a tua alma Às sombras do interior do caixão,
és tu ou eu não? campeão? nao devias sair de casa se não aguentas a pressão,
à noite soltam -se os demónios e as filhas da aflição,
são julgados os pecadores e a terra entra em renovação,
doutrinas e senhores são queimados a fogo posto,
só é salvo do renascer quem da escuridão é composto,
então o que dizem os meus olhos, a rotina traduz poço,
cai cospe na mão vomita a luz que consumiste ao almoço,
perde-te nos recantos da cidade que nunca foi inocente,
e mata, todo o indifrente,
que tenta pregar a um morcego que isto não são horas de gente, burro
sai da frente.
Perdido na noite mais escura
Não existe luz na rua
Sinto que a luz solar a minha alma já não fura
Podia ir lá para fora mas o espectro censura-me (2x)
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