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O Caminho Mais Dif​í​cil

by Uno

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Nada De Novo 03:05
Já tens a cabeça cheia, agora pensa em ir embora leva a droga que resta, hoje consomes lá fora despede-te caso não vivas sozinho mas agora é hipócrita, desapareces dias seguidos e nunca houve uma experiência nova como esta, só te vejo na rua às voltas quando há som de festa hoje o caminho é em frente e ouves uma conversa com uma nova conspiração que pode ser que te convença porque há sempre uma parte de nós que não vai tar contente e é quando parece que tá tudo bem que queres desconfianr de toda a gente já desde a idade que só tens o que te metem á frente, vês o mundo a ser feito por tentativa e erro agora és tu, pronto a começar onde isto acaba quem te tapa os olhos diz que ainda não viste nada não confies na experiência enquanto fala mais vale arriscar que dar ouvidos a um trauma Já senti que não há nada de novo, nunca mais vai haver e que na verdade nunca houve Nunca mais é muito tempo Mas eu acho que não há mais novidades do que aquelas que fazemos Já senti que não há nada de novo, nunca mais vai haver e que na verdade nunca houve Nunca mais é muito tempo Mas eu acho que não há mais novidades enquanto não for exemplo Mesmo que dê para viajar abre a mala e diz que é que trazes o que é que fazes? se tás no teu quarto para onde quer que vás Voltaste e foste sempre com a mesma bagagem com a mente vazia o mundo é feito à nossa imagem e à nossa vontade. nunca vais saber lidar se já tens tanta dificuldade só a reflectir um bocado não vale a pena pensares que tens uma cara metade, enquando elas estão a mudar, o tempo está a contar da tua conta não te safas, mesmo que mudes o chão que gastas levas a sombra que se adapta a uma explicação que não seja tão clara e na próxima situação vês que largas logo os vícios mais pesados que o teu lado negro agarra só me resta concluir: nunca fui bom fugitivo tenho consciência do que digo e mesmo assim ainda estou por aqui a servir de isco literalmente preso por um fio podia ir mais longe mais isso não sou em quem decide Já senti que não há nada de novo, nunca mais vai haver e que na verdade nunca houve Nunca mais é muito tempo Mas eu acho que não há mais novidades do que aquelas que fazemos Já senti que não há nada de novo, nunca mais vai haver e que na verdade nunca houve Nunca mais é muito tempo Mas eu acho que não há mais novidades enquanto só fumo e bebo
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Bora... Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, a realidade é nossa Corro e canso-me para aliviar a força São 6h08 , faço um set de beats Nenhum sai moderno, o tempo pousa aqui Queimo o cérebro Para que é que o quero, se isto soa assim? Então fumo, fumo, fumo, fumo e fumo Subwoofer suga tudo, e o teu suga não curte Não quero saber se são muitos, quero fazer charutos Madrugada fora, e só cá dentro surge Não te posso deixar entrar puto! Eu também sou um puto Bafo, não sei o que faço, mas faço e estou seguro Em caso de dúvida consulta a pedra, é persistente Quando o efeito dura não é uma questão de tempo Aqui não há nenhum futuro... Exagero na Traqueia metido num buraco fundo (claro que só rimo e faço fumo) Levanta-te, para esse sono tens a manhã já pronta Baza fazer ganzas e som a madrugada toda Bora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Dread sei que a realidade é que cheira a qualidade Erva é marroquina, rima, rap deixa a suavidade Em cada charro cuspo ao que a chama sabe Justo, um gajo sujo é natural teres encontrado Musgo, bafo e sinto. Parei no tempo por ser sempre 4h20 Penso, passo e pinto mais um quatro, arte sai de instinto parto, és extinto, parvo, fui claro azar o teu se és educado e topado, vim colado "Duarte!" sim Colaço vim colado, reconheço Mas por mais merda que diga eles nunca sabem o que penso Dessas espigas eu dispenso mano, já houve brasa E eu não me esqueço quando, a brasa agora é outra Já não estou nesse plano , doses caninas de hip hop nas linhas Mando o props e os teus dotes laminas São cortes nas rimas, logo dicas lógicas não são só de sativas Penso tanto nas barras que saiem logo batidas Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora Ganzas e som, madrugada fora
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Letra: Não pode ser muito tarde A minha partida deixa um rasto em quem nasce agora Assume lá a igualdade, eu sou o gajo determinado No primeiro passo da fuga da regra A cabeça não pode estar aqui, a lua não espera por mim, está pálida Dá-lhe uma quebra e o mar sobe "Ouves? Na serra? Lobos? Vickings?? Até hoje estive morto!" Tu tem calma, fazemos parte da humanidade do começo Que sabe manter a cabeça fria quando a terra está a aquecer Os teus avós têm uma terra? Gostam de te ver a comer Trocámos isso por papel de otários Movimento OKUPA COM HORÁRIOS DE INFIÉL A DAR A DESCULPA Mas aquilo que é o princípio de um gajo real continua sempre a ser aquilo que é O princípio de um gajo real continua sem parecer aquilo que é o princípio de um gajo real continua E se é para ser aquilo que é ,em princípio um gajo real continua sempre assim E isto pode ser o fim de um gajo real Quando houver uma máquina que consiga aproveitar A energia que poupas enquanto 'tás a dormir O teu trabalho por gosto vai diminuir Quantos ficavam cá? Não sei... Fica à vontade se ela for a tua chave Sente-se quando mentes e eu sinto quando sabes que sabemos o momento exacto... é por isso que mentes mais? E se calhar resulta... Confundem-me com o lado da inveja e da censura, desculpem Também há coisas que eu digo que um dia espero que mudem Mas lutar contra mim é apalpar uma nuvem Como humano estendo o braço para baixo com uma postura neutra É a única exigência para me manifestar com os mais reais... E como já disse, nem sequer estou dentro Se me perguntares quem são eu não os conheço Espalhados por um país pequeno e muito denso Eles cuidam de mim, eu cuido deles Doentes com um coração pontente, no fim a saúde vence Mas há quem diga que ainda não rebentámos Querem que eu diga mesmo? eu acho que é verdade mas na verdade o que vos afasta da malta continuará sempre a ser aquilo que é o princípio de um gajo real Continua sem parecer aquilo que é, o princípio de um gajo real continua. E se é para ser aquilo que é em princípio um gajo real continua sempre assim Podem contar com ele. entrevista a Fausto Bordalo
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AVÓzinha 04:16
Oh avozinha Porque é que passas o natal sozinha se tens uma quinta enorme? O que é que fizeste à tua família? O que é que fizeste à tua família? é que eu não os vejo aqui Quando deviam estar, eu aceitei o convite: Eram 21h45 (vinte e um e quarenta e cinco) O jantar foi bacano , mas já estava livre, ya eles são assim consideram-me um puto fixe, mas bazo e nunca ficam tristes Esta noite é especial, bazei com guito Fiz a consoada na rua e não me cansei da trip Por milagre estava uma rolote aberta, num spot de Alverca Vi g'anda milf a despedir-se de outra para aí 49 anos mais velha A nova entrou no carro de um gajo a abarrotar de presentes e eu comecei a gritar: "foda-se, isto é macabro porque é que não entras e vais com ela, se é tua filha?" ela respondeu: "Não pá, é só minha amiga Os meus filhos emigraram e o meu marido fugiu com uma zuca E tu, rapaz... O que é que procuras? Oh avozinha Porque é que passas o natal sozinha se tens uma quinta enorme? O que é que fizeste à tua família? x2 Jogámos dominó os dois, combina com o alcool e pombos sou só eu a fumar disto ela cospe os pulmoes com marlboro suiço e mora já ali sou convidado para entrar e sair só amanha de manha independentemente se formos ou nao dormir E é claro que eu desconfio ! ainda por cima ela foi parteira no hospital onde eu nasci em 1995 Sinto que pode ser esse o motivo de tanta aproximação (mas nao) "Já disseste mas diz outra vez: ONDE É QUE OS MEMBROS DA FAMÍLIA ESTÃO?" Vejo as fotos e estão felizes, filhos e netos parecidos comigo indícios de mimo, e sempre que fala disso ela sorri Como nunca vi uma velha sorrir Estiqueilhe a pele da cara e disse: "ainda há uma miuda em ti" Ela agradeceu , mas pediu-me um segredo, disse-me que era um convívio ('a sério??',) ya mas como é uma cota fixe Acabei a noite nas nuvens e ofereci a nota de vinte como prenda de natal.... O meu natal foi assim. Foi frito né? É culpa do vosso abandono. Oh avozinha Porque é que passas o natal sozinha se tens uma quinta enorme? O que é que fizeste à tua família? x2
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Uno: Devia nascer mais cedo para falar dos velhos tempos Somos putos sem futuro, no fundo o que é que temos? E o que é que 'tás a fazer agora só por um breve momento? Se não fazes nada o resto das horas se calhar é isso que deves ser Esta geração não pensa mas é a minha a informação é grátis, o amor leva um dia Mas sem pressão, na primeira impressão que dás À procura de um trabalho que não é o que fazes O quanto dura, já tu sabes. Deixa a culpa para os fracos Ou assume que também és e fala à tua vontade A guita joga às escondidas, quero ir para a rua contar: 1,2,3 eu salvo todos antes da polícia vos apanhar O que é que se passa na minha zona que é de ricos? Os manos estão em casa a planear banhadas que ouvem no rap street Cala-te , tu andavas de skate com o Pilha e comigo Decide com calma, este bairro não está nesse videoclip Pilha e Uno: Quanto queres pelo que vives já que é tão aborrecido? Aqui basta pedires, tens na mão o teu destino Sem motivo para fugir a vida corre bem Mas isso não te fez feliz Meraky: Vê o que estás a pisar Se não tu vais escorregar Não te enterres em falácias Terra é sempre preferível a dependeres de farmácias Desgraças chegam sempre São promessas que o tempo cumpre Já ando a procurar um lugar para me deitar quando isto acabar Uno: Ya... Ver de fora vai ser mais fácil, basta um ano longe Para me dar vontade de voltar e dizer que amo toda a gente Desde o começo, tu também sentes? Aqui é "de onde é que eu te conheço para me estares a olhar assim?" A revolta vale por si... Enquanto estás em baixo há quem ande às voltas por cima Logo conheces os inimigos, mas só de vista Se é que existem Vou contigo conhecê-los. Quando fui era só eu Sem admitir que tinha medos Tudo depende do que eu quero pelo que vivo para ser menos aborrecido Um apontamento e foge da mão o teu destino Não há tempo para ter contacto a não ser com quem tu pisas Meraky: E agora o que vais fazer? Quando começas a perceber é tudo um jogo de sombras. Quem amas é quem assombras. Já ando a procurar um lugar para me deitar quando isto acabar
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Uno: Estava naqueles dias em que me apetecia sofrer mas estava tudo bem Nem sequer conseguir deixar uma letra a meio Fiquei em casa à noite e fiz o que fiz de dia Estavas na rua e liguei-te: "meu mano, tens visto a Rita?" "Ya mano, estava com outro mano, segue a tua vida" Antes punha-me fodido, mas hoje isto inspira-me ainda mais Sem ser trágico, penso nela com outro gajo A aprender com os erros e eu sou esse passado, e ainda hei de o ser Adoro abismos, nada a ver com suicídio Imagino o último dia, será o primeiro que vivo Nunca extrai nada dos livros, só conteúdo emotivo Digo: Meus putos alternativos, revolução não será comigo Estou caladinho num cantinho quente Penso "Serra acima" depois do João me servir aguardente "Aborta a missão, hoje a família não vai ter de se mexer Há comida e há matéria, tudo o resto é a ambição de sempre Um dia vou deixar de procurar constantemente o que não sei o que é Se não der vai ser segredo Mais um velho lamechas que tem de se conter e aceitar Determinadas regras para continuar Quero pensar que ainda estou novo Deixei de acreditar em pares aos 22 Faço contas malucas, sem guita para disfarçar a loucura Sou uma estrela. Obedeço aos anos luz antes de me verem. Meraky: A que frequência vibras tu? Gira-te desse mundo se não é fecundo para ti Somos oriundos do início e do fim Constantes contradições que se completam, enfim Vagueio no meio Não tenho receio de cair Se tudo o que tenho E se não me amanho Serei mais uma ovelha no rebanho Uno: Os poucos movimentos no liceu Camões deixaram-me a cara marcada Hoje volto lá e distribuo fumo à balda Porque já não é só lata. Perdi o medo todo Ou seja, consigo admitir quando me encolho São leis, uma é minha causa Nunca deixar que uma opinião esteja isolada Se fores emigrar lembra-te da tua língua Manda a carta de despedida, passa a fronteira onde a saudade finda A revolta está avançada O mundo rebola, está a dançar ou é um bowling sem garrafas? Não há dedos para apontar. Quando houveram nem estavas na barriga da mãe Acho que não fazias falta Então muito menos agora serei o porta-voz da malta Andam pouco amorosos a pôr os dedos no nada A escrever para matar e não sabem quem Se o que faço vai bater é sem magoar ninguém Meraky: A que frequência vibras tu? Gira-te desse mundo se não é fecundo para ti Somos oriundos do início e do fim Constantes contradições que se completam, enfim Vagueio no meio Não tenho receio de cair Se tudo o que tenho E se não me amanho Serei mais uma ovelha no rebanho
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Cevas: Do elíxir mais saboroso, vi-te a pedir,ficaste curioso, de boca estreita ansioso, vi-te a seguir o estado furioso, deste osso apetitoso, a surgir mais convincente, vais beber do suculento e talvez te deixe menos violento. Todos atentos ao vistoso, produto supra-apetecido, concerteza o preço por aqui ficou esquecido, aliás o facto disto poder nutrir na sua leveza, o néctar dos poetas não são gelados da Teresa. Por outro lado este é gostoso, agarra clientela, o conteúdo é bem viscoso mas a superfície bela, magnífica receita ao distinguir o sabor divino, enquanto trincavam as maçãs de adão, prefiro sal e pepino. Incrível monstruoso, com poder de estimulação, difícil o que ouso, nesta simulação, cultivo a poção, cativo à noção, furtivo neste chão, guardada na mão. Cantarolava de fones nos ouvidos, e assim me encontrava até em campos desconhecidos... campos minados proibidos... H: Vai com ele e vai na mão Passa e bate a pulsação Dás por ti a trolitar O "doop doop" de uma canção (4x) Uno: Hoje levantei-me e o PC voou (não importa) Com o "bip bip" de um carro dá para fazeres sons que dão a volta à cabeça toda Tens companhia até cair, as pessoas são o teu suporte Tipo uma prancha, resta saber se é de skate ou snowboard Não queiras que a queda cole O mundo na roda e tu numa cadeira de pernas moles em caminhadas de meia hora A trolitar: "Eu gosto tanto da natureza lálálá" Mas quando aparece um bicho mais feio corres bem depressa (já já já) Jah não visitou Lisboa puto, se for para isso deixa-me que eu te iluda Não fales mal do Consultório depois de teres recebido ajuda Ponham-se todos às minhas cavalitas Este diabinho e este anjinho precisam De sentir peso em cima, antes que eu decida Fazer uma estupidez Ao som deste rádio que me deu banda sonora de acidentes Erros no caminho e atrasos que foram para sempre H: Vai com ele e vai na mão Passa e bate a pulsação Dás por ti a trolitar O "doop doop" de uma canção (4x) Santareno: Dás por ele? Dou comigo a trolitar e a entrar nesta canção Melhor néctar do que rimar e expressar a opinião Vou com ele mas não na mão Em todo o corpo concentro Exacto na convicção de que chegou o momento Expandir os horizontes, embora em sentido figurativo Quase não saio destes montes mas não me sinto cativo Encontro-me vivo, mais resolvido Disciplina tornou-se imperativo, para o construído ficar concluído E no bater desta pulsação acelarada Afasto-me da competição do néctar mais bem feito Antes néctar normal mas como ele mais nenhum Do que néctar especial mas igual a qualquer um E chega o "tuk tuk" no cérebro gravado O tratear de uma harmonia que apetece O vaguear com um néctar agarrado Mas a saber que se não o trato A poesia desaparece... H: Vai com ele e vai na mão Passa e bate a pulsação Dás por ti a trolitar O "doop doop" de uma canção (4x)
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Nascemos cansados, fracos e cada vez mais A correr atrás do que nos quer apanhar Se caio desta altitude vejo o mundo a aproximar sem zoom Pelo menos percorro num segundo o que não deu por minuto Já não vale a pena pensar no mês Ser feliz, ser orientado, quem sabe, tu mesmo Acho que chego a temer porque sei que devo muito a muita gente Normalidade, deixar de ver tudo tão intenso Porque nada é, está tudo indiferente se deres a conhecer o teu trabalho mesmo quando não vês talento em ti Já serve para perceberes o valor que dão realmente áquilo que és Quando percebes que não te apetece esconder Podias guardar para o último momento: Conter a raiva, ninguém a vê... Estás perdoado Faz o que tens a fazer Podes escrever até no silêncio Quando já não dá para conter o que é que fazes com o teu medo? Tens medo do quê? Hoje faz-te acordar cedo, ontem fez-te deitar tarde porque tens de estar sempre atento Pode chegar o teu pesadelo E o peso dele no teu inconsciente faz-te ter mais medo e eu? Tenho medo do quê? Hoje faz-me acordar cedo, ontem fez-me deitar tarde Porque tenho de estar sempre atento Pode chegar o meu pesadelo Pensei que tinha ultrapassado e isso faz-me ter mais medo Não ando pela minha zona, isso eu já conheço Amanhã posso não estar e não é por morrer É que o meu plano neste mundo redondo está dependente De quem o quiser mudar no feitio ou no aspecto E o meu rap nunca vai deixar de soar a uma procura De emoções, pessoas, diversão ou cultura Penso em mim e é uma luta Por isso rimei muito sozinho antes de ir p'á rua Se calhar foi medo, nunca vou saber Mas rimo com quem me orgulha Até à morte ou nunca Respiro a nossa música E admito que tenho algum medo Que algum talento fodido baze por algum preço Já vi muitas vezes Há quem diga "isso não interessa, pensa em ti!" Mas como é que eu imagino se à volta só há vazio? Será sempre do mais fraco que eu vou ter mais medo Não te desafia mas sabe que com ele vais perder tempo então Tens medo do quê? Hoje faz-te acordar cedo, ontem fez-te deitar tarde porque tens de estar sempre atento Pode chegar o teu pesadelo E o peso dele no teu inconsciente faz-te ter mais medo e eu? Tenho medo do quê? Hoje faz-me acordar cedo, ontem fez-me deitar tarde Porque tenho de estar sempre atento Pode chegar o meu pesadelo Pensei que tinha ultrapassado e isso faz-me ter mais medo Tens medo do quê?
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Subir 02:32
De volta à caixa, à qual chamo casa Estou quase a perder tudo, não posso ter orgulho de nada Veio-me uma luz em faixa Lá estou eu com as metáforas O improviso está fraco, tenho de dar o toque ao TK Ya, já tenho essa parte curada Agora falta tudo o que seja arte planeada Se sabes onde eu estou porque é que não apareces? Pego no carro e procuro-te todo cego a andar aos "s's" Relaciono Cago nisso, ligo ao Pilha, ao JP e ao Benny e faço este Os mais próximos do meu nascimento A raíz anda por aí, ele dá-me um beat Escrevo mil rascunhos que nem servem para algo tão bonito Está-me a faltar confiança, um pouco de egotrip justificado Falo com o Rott e já está resolvido Animado, bebo mais uma e vou subir De algum modo a despedir-me tipo que vou para um paraíso... Estou a mentir. Mas agora o que é que faço Como filho único de um deus que nem dá para acreditares Sou um pseudo-tudo-o-que-represente Sou quem precisa de um milagre Cada vez descanso menos por já saber estar isolado É doentio ver-me de fora num processo destrutivo Vejo-te a beber para esquecer e eu sem beber porque me esqueci até disso Até não saber porquê a fé diz que ela própria é uma voz que eu imagino Num momento Quando estou mais fodido Quando até acredito não num deus Mas que pelo menos não vou acabar aqui Quando 'tou feliz agradeço, tipo que é suficiente Escrever para um som intenso, eu sei que é um bocado infantil Mas sou eu, amuo e não cresço E até estou fixe se só contar com o futuro e o presente Pensei que fosse necessário bazar dali Agora não vejo um destino, porque essa paz está em mim
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Ferro 02:22
Ando a pisar muitos seres vivos a ferro com um pé Quem me apoia põe-me a trabalhar só para ganhar vergonha do trabalho que fiz na noite de ontem Perdi o motivo da revolução Consigo disfarçar porque nasci resmungão A vida é assim, avisaram-me de que era uma fase Mas sempre pensei que se soubesse podia controlar Enquanto tu falas sobre um tema do caralho Notas que estou especado sem debater ou concordar Pode ser mesmo porque não percebo Ou porque pensei muitas vezes Desde a última não houveram novidades O progresso é lento e eu estou-me a divertir O mundo é pequeno demais para vê-lo evoluído Agora existe! Revolta-te ou fica só fodido Morre feliz agora e deixa a vida para o fim O homem não é de ferro mas às vezes parece com os danos que consegue causar só com os sentidos Então passo a passo, torna-se mais grave A pesquisa torna-te culpado à medida que sabes "Não é fácil viver entre os insanos Erra, quem presumir que sabe tudo Se o atalho não soube dos seus danos" E eu nunca soube de nada (eu nunca soube) Nunca me contaram, e eu também não oiço os conselhos de boca em boca Mas reconheço-os todos A fé continua, a reza acabou Sou uma cabeça dura numa nuvem quase a mandar chuva Quantos danos consigo causar? Agora ou ando ou só pisado Agora eu só ajudo toda a gente que fica em baixo quando eu bato fundo Nestas amizades nunca dá para dizer tudo. "O prudente varão há de ser mudo, Que é melhor neste mundo em mar de enganos Ser louco cos demais, que ser sisudo." (voz de Mário Viegas, soneto de Gregório de Matos) Uma ode ao Ferrinhos da Covilhã. Com muito amor e respeito.
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Falavam mal da noite ou mal de mim durante metia medo, afinal acabo sempre no correio da manhã a chatear uma miúda, porque fecha tudo cedo só para aborrecer aproveito o chão e deixo-me adormecer ninguém pode falar comigo até me poder cruzar com eles Tenho poucos amigos e acho que quero acabar com menos Cada vez que abrir a boca peço desculpa, discussões malucas Até nós tivemos muitas, agora sou só eu E a minha cabeça dura... Se chorar pelo que aconteceu de certeza que fura Esta noite é nossa numa estrada a oferecer boleias Somos mesmo a tua cara por isso pode ser que venhas Vá lá, não te cales e não te deixes de ideias Sou um peixe fora de água, rio sem maneiras Tu és o quê? o que é que fazes para me meteres nojo o resto do tempo? O acaso acontece às vezes, não é por isso que hoje nos vemos Porque eu detesto isto, para mim é um teste Ninguém me parece feliz, e vocês não são o meu reflexo Toda a gente aqui tem histórias para contar Mas quando houver estabilidade A memória tem de durar... O fruto da tua luta um dia vou trocar por ar Deixa a lua de segunda vir e eu ser dos únicos por cá na festa A socializar, prevejo chuva, e pode secar Até vir alguém com vida própria e me torne obcecado Paranóico, já sei o que é a noite! Ir a pé para casa dói, no quarto cabem dois Mas eu não tou para sonhos nem há sono no meu corpo Já estou cansado de me sentir culpado deste encontro ficar para depois Finalmente estou aqui antes de viver num dos pólos Sentem pena para quê? Não deixo de ser um dos vossos Até não haver energia tu podes saber onde é que eu estou (ESTOU?!) Fazer uma escuta no meu telefone... Não deixo de existir, mesmo se puder fugir tenho uma luz acesa, Bué colhões para tudo mas não estão onde pus a cabeça Muito tempo para ser mais trapalhão, demora a entrar toda a informação A correr às voltas o vento contorna o teu raio de apagão e faz-se luz. CADELA Estou cansada de sentir demais A falta de vontade Levou-me até ao cais Onde as manhãs são destrutivas As noites produtivas O sexo hipocrisia E é só por cortesia
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Tens tudo a provar antes de saberes o teu gosto Um líder simpático para mim é sonso Mas diz-me com quem andas, eu não posso dizer nada Não é falso o ser humano que se adapta Visita a terrinha e faz o trabalho de casa A natureza pode estar negra, toda a ajuda é necessária E os velhos estão a precisar de uma homenagem Para ouvirem a razão na solidão dos seus conselhos (à margem) Há margem para duvidas quando a experiência segue Uma rotina ou uma regra que o fez ficar quieto O dia acelera, a noite não me deixa viver Sorte minha ter-me calhado um desejo bem exigente (qual é?) Assumo a responsabilidade do caos que faço E só mudava quando perco algo que custa a ganhar De resto, penso para mim: vivo tão tranquilo que demorou bastante tempo até ficar convencido sentir um alívio de ter um objectivo quando me dou por vencido A qualquer hora posso ter vergonha alheia Ou de mim próprio: para o Uno bate da mesma maneira Sem amor antes de nascer rimava sem alma Por isso em todos os concertos só oiço duas palmas (pai e mãe) Agora reparo que só luto para sobreviver e é assim que vivo, sem sequer questionar isso E tens a prova de como estou a descansar Por saber que a qualquer hora posso mudar a intensidade Levo almofada no embate, algo que me mantenha embriagado Um diálogo registado de cada pessoa que já me doeu amar O impacto nunca foi assim tão grande Dei sempre suor e lágrimas mas nunca dei sangue E no entanto também acho que a vida custa Se te mantiveres em paz sem preguiça nenhuma Trabalha porque nunca vai chegar a altura E larga o ego porque aqui é válido teres alguma ajuda "Um dia de noite Numa rua escura algures na cidade Encontrei-me a sós comigo na solidão E foi então que me senti assaltado pelo desejo veemente de amar perdidamente algo que fosse alguém Não importa quem Uma virgem santa, pura, Raio de sol naquela noite escura" Tu desesperas com medo de falhar no palpite Só te atreves se ninguém tiver a contar contigo A dor de ser sincero foi o meu curativo A qualquer hora mostro a quem mo permite "Ou uma prostituta já sem nada de seu Mas eu queria amar... amar perdidamente alguém que me levasse ao céu..." (voz de Mário Viegas, poema de um recluso anónimo)
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Sai-me do sonho o som e o pior é o amor que dou Até vou receber algum troco mas não dá para ir muito longe Amor não chega para viajar, sozinho também não ganho pica Mesmo se arranjar mais guita, há um limite inatingível Sai-me do sonho, cá fora é impossível Ainda estou a crescer Nem toda a semente é bem-vinda como sempre Não. Isso eram antigos tempos A ciência e a medicina dão-nos o cuidado que já não temos. E quando tudo se tornar num combate fecha os olhos Tapa os ouvidos, nunca mais toques em nada disto A verdade dói, mas antes foge e tu tens de fingir Que não estás interessado nela, para que ela se aproxime No fundo nunca é aos teus pais que perguntas se podes ir ali Sair com os teus amigos , quando te deixarem vais ter um motivo Para te preocupares contigo, fica feliz de não estares sozinho Mas se isso é verdade, não sei, nem o tempo o dirá no fim O que é que vais perseguir quando te sentires com a mania que estás a ser persguido por alguém que te mira com a mesma visão? Tu entendes porque é que não me ponho a conversar demais Isto sai-me do sonho quando o sonho não sai.
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Pabra: Filhos do Ocidente Fujam da guerra e entrem neste ventre No barco Cheguem à minha terra e façam um parto Tragam até à Tradição antiga que será a nova geração Os filhos que terão de ter cuidado com a perdição: Não sigam os nossos trilhos que foram trilhados com maldado Se não Serás castigado por nunca vires a conhecer a verdade Serás um aleijado Vais ajudar alguém a fracassar Serás um fracassado Um fraco Antes da última hora Nunca fiques cansado Se não serás adorado pelo diabo Ficarás solitário e isolado A ler e a escutar o velho recitado Nunca mais encontrarás mas facilmente serás encontrado Espíritos negativos Activos Comigo em ambientes cativos Espíritos negativos! Babba: E o meu corpo oxida E eu sou o maior responsável porque eu respiro e digo: "eu sou o maior suicída" Atmosfera maldita Caga bem para o que sabes, a sociedade já te hipnotiza Ninguém nasceu cá para ficar E se dizem o contrário é porque não sabem o que é que se passa do outro lado do aquário Tudo é precário Caga no que pensas, isso é merda Quando eu morrer eu não quero um funeral Eu quero um festival Um ritual astral Um sinal local Ama-me e se me odiares não faz mal Caminhamos juntos até ao portal final Eu vivi a minha vida a caminho da luz Entre a matéria, a sombra e a cruz Sobrepus o capuz à cabeça, cabeça à existência No lugar onde eu penso Que tem oferendas e ofensas a mim mesmo No berço Antes que morresse Antes da chegada do frio Antes de achar o vazo vazio Antes do homem da barca decidir partir para o grande rio Ciclo é meu. Fechado pelo auto-proclamado: Baba Sapo! Longa vida ao seu reinado! Tilt: Caminho quando estou deitado tipo que é projecção astral E penetro as entranhas das montanhas do Nepal A vida nada vale se não caminhar no vale anímico Pressão mais animal é como epidural para o espírito Não sei do que falo. "Ele é tão estúpido como é crítico É tão lúdico quando é cínico" (yaya) -Normal, pacífico. Buraco onde tu te aninhas e ninguém reza, é pressure. Só Zézé Camarinhas: aqui peleja, é pleasure. Não te mancas? Vim da construção feita pela vibração de mantras para acabar na posição do esqueleto de Beja Ódio e inveja misturados na água benta Até o papa tenta vir agarrado à placenta Se é assim que benzes podes tentar vinte vezes Mães saltam de mesas, chocam fetos de cinco meses. Filhos do ocidente que têm filhos por acidente Eis o karma, momento mais silente até alarma. Atravesso o deserto sem mantimentos ou qualquer arma, Sem canhões ou angala. Sa foda o teu cimo tipo quando eu rimo, aproximo-me aos portões de Shambala Verdadeiro padrão é Mandala Vi com os meus próprios olhos, de olhos fechados sentado na sala Ouvi a voz que fala quando a mente se cala Silêncio é discurso ignorado pela gente de pala Também nasci entre o som estridente Bala numa diferente vala Mas se amor é dirigente isso é lhe indiferente, Halla Uno: Oriento-me de Dharma Com o reflexo parado e eu cansado no cimento e na tomada de poder Sou um guerreiro que só reage E hoje vai ter de ser Então meditar para quê? O chão tem almofada No caminho de mão vazia antes de estar aqui calmo a fumá-la E a rastejar quando faço bosta Chamam meditação Na vossa terra sinto essa infiltração Se me acalmo fanam-me, se me passo olham Quando eu me puder distraír sem ser bode espiatório, bora Venham Não tou farto de ninguém Tou orientado para o treino Todos por um, ou um e meio A imperfeição é o quê? Separaste-te porque convém Então se estás na tuga, vem Fazemos o negócio aqui Inventamos o curativo para a espécie que infectaste Com medo dos segredos de toda a gente A apostar o teu filho quando o trabalho tira-te tempo Este lugar para mim é passageiro, está lotado Parto no barco, e o barco parte Sa foda toda a gente Que se afogue toda a gente Esta foda é tântrica, não há de gerar semente O ocidente desveda Inovar é tradição se a tradição deu em merda E isso é traição Filho único infértil e nunca lhe faltou paixão

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Este álbum foi produzido, escrito e gravado desde meados de 2016 até 2018, entre Covilhã e Lisboa.
Gravação final: Traqueia (estúdio que já acabou)
Mistura e pós-produção: Tiago Quintans (TK)
Masterização: D'Èlèments

Para encomendar o formato físico e obter outras informações, enviar e-mail para: unoraportugues@gmail.com; ou facebook.com/paginadouno

credits

released January 5, 2019

Agradecimentos:

TK, D'Èlèments
Pilha, Cevas, Rott, Tradição, Tilt, Meraky, Cadela,

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Consultório Lisbon, Portugal

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