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1. |
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Estava com ganda pedra quando saiu esta letra
Era só da pedra?
Acho que sim mano
Então ela existia se não tivesse beat nem caneta?
Cabrão
Pois sou, mas existia ou não?
Sou o resquício
O fim do ciclo que te remete ao início
O saciar da vontade e a génese do vício
Levo a caneta ao papel ou seringa à pele
O acto é o mesmo
À beira do precipício o vazio é mel
E o chamamento é a prova dos nove entre o real e o abismo
O grito lá de baixo sai límpido
Cristalino faz sentido como não tinhas visto
Sou atraído pela razão do caos
E o suave funcionar do cataclismo
Nem o relógio cumpriria a sua função tão correctamente
Quanto ao correr do tempo
Apreciar os segundos tão pausadamente
Sabendo que estes são tão certos como o vento vai e vem
Qual o sentido que a tua moca tem?
Ser a pena que relata o sentido do além
Ou doar a divindade e criar o mundo refém?
A fibra da existência nada é para quem a molda bem
Estava com ganda pedra quando saiu esta letra
Era só da pedra?
Acho que sim mano
Então ela existia se não tivesse beat nem caneta?
Cabrão
Pois sou, mas existia ou não?
Deixa virar mudo quem fala sem ter certezas
A pedra é da caneta, completa quem contempla
Azar e destreza trazem-me sorte na mesma
Mais uma pergunta de merda mas vou fazê-la
Vais fugir à norma ou tentar concebe-la?
Saltar à corda ou tentar outra proeza?
Dar ênfase à discórdia e mais forma à cadência
Claro que é da pedra, pode é não ser da mesma
Se bate até que fura, afunda de certeza
Se a sarda não dura para quê descreve-la?
Criticas quem desfruta, tu querias era tê-la
Com uma mão na nuca e zero na consciência
Cola em quem flutua, estuda esta ciência
Se falhar peço desculpa, não penitência
E vou esculpir a pedra e fazer dela letra
Estava com ganda pedra quando saiu esta letra
Era só da pedra?
Acho que sim mano
Então ela existia se não tivesse beat nem caneta?
Cabrão
Pois sou, mas existia ou não?
Foi sem medos a escrever que eu apanhei esta pedra
À vontade contigo mesmo, facilita quem tu eras
Caos em guerra das noitadas amarelas
Há muitas noites que viram pedras ou novelas
Fazer som é isto, e muito mais não digo
Preencher folhas contigo torna-se mais divertido
Mas antes de o ter dito
Questionei alguns amigos para que fique bem definido
Que no fundo somos isto
É a sujidade de cada um com a pureza de todos
Não me sentia tão vazio desde o nosso último encontro
É amar bem é amar morto
É um sabor amargo que se esconde por detrás do esgoto
Há quem faça por gosto e não gosta de te ouvir
As diferenças que te marcam mexem-te com os ouvidos
Mas foi pela pedra que consegui sentir
Foram alturas menos boas mas que fizeram sentido
Estava com ganda pedra quando saiu esta letra
Era só da pedra?
Acho que sim mano
Então ela existia se não tivesse beat nem caneta?
Cabrão
Pois sou, mas existia ou não?
Tive de construi-la mas antes decifrá-la
Para conseguir senti-la depois de apanhá-la
E lá me questiono do porquê
Até que ponto a minha credibilidade juntamente com a do outro
Por onde se encontrava, se o tempo se alcançava
Se o espaço mais próximo sabe-se lá onde estava
Quando a minha resposta se torna na pergunta
E estou num Ping Pong até ficar em dúvida
Se for só da pedra o som fica chato
Se não for o que digo mas sim aquilo que faço
Tornam-se nas soluções para caminhar passo a passo
Mas por cada curva continuo no mesmo lado
Exijo uma explicação
E só te estendo a mão se for uma pedra com razão
E se existisse ou não, tiravas-lhe a conclusão?
E partias do início
O que está na aviação? O que está depois do cubico?
Uma viagem bem manhosa e sem o cinto
Daí o psicadelismo e sem haver um sítio fixo
Com o proveito duns guitos se andar por aí
Sem sentido mas bem sentido para quem joga assim
Pode ser da minha cabeça mas é sinistro
Ou a moca acaba ou lá me despisto
Estava com ganda pedra quando saiu esta letra
Era só da pedra?
Acho que sim mano
Então ela existia se não tivesse beat nem caneta?
Cabrão
Pois sou, mas existia ou não?
Cheio de frio a ouvir a estrela
Porque quando quis dar a ela vim parar à Terra
Passam-me a fé toda num acidente do qual eu fui cobaia
Enlouqueço mas ninguém me deu opiniões contrárias
É difícil agarrar numa conversa com qualquer entidade
Porque ninguém tem tempo para ouvir o que quero mostrar
Algo dentro de mim diz: “relaxa já, antes de pensares noutra pensa nesta faixa”
Ah, ok, era isso
O que é que eu posso dizer que não possa ser ridículo?
Averigúem ou esqueçam esta minha aventura
Estou só a pedir ajuda e acabo por sentir culpa
É verdade ou não?
Rimes o que rimares eu só pus
Um mega parênteses no teu discurso
Porque quando não falas da pergunta o que dizes não interessa
E se achas que estou errado estou cá ainda à tua espera
Estava com ganda pedra quando saiu esta letra
Era só da pedra?
Acho que sim mano
Então ela existia se não tivesse beat nem caneta?
Cabrão
Pois sou, mas existia ou não?
O reencontro é óbvio com os melhores exemplares
Até ao ponto de ignição a criar ambientes invulgares
Sem avantajares como em jantares populares
E os problemas de viajar são os de ficares sem voltares
Habituado a escrever letras, puxar das gavetas
Mesmo sem mocas e piruetas, sóbrio das cornetas
Sim. Eu já tentei e deu resultado na escrita
Grita o meu nome numa sanita e no final vomita
Ontem e hoje é 0 de álcool nas artérias
Com miséria de fumos escondidos por debaixo de terras
Mistura desses dois deixam-me na idade da pedra
Consumo o fumo de erva boa, comum a quem se integra
Dá-me mil razões para fazer sons sem dizer o contrário
Se o beat é bom, conhecemos o dono e qual o seu Armário
Moca passada vai que estagna no agora exacto
Encostados dentro de um cubo sem barulho e aparato
Estava com ganda pedra quando saiu esta letra
Era só da pedra?
Acho que sim mano
Então ela existia se não tivesse beat nem caneta?
Cabrão
Pois sou, mas existia ou não?
Tudo ao mesmo tempo
Quero agarrar-lhe, não consigo
O mundo escapa-me entre os dedos
Capa de segredos partilhados
Até à última gota na garrafa deste frasco
Eu tenho medo é de encontrar-me no fundo deste poço
Nunca alcançar-me no espelho dos teus olhos
Somos uns dos outros, tu estás a falar a sério?
Somos uns os outros não respondas sem critério
A vida é uma pergunta, a dúvida é legítima
Resposta é traiçoeira, andas cá há quantas sinas?
Não respondas, incessantemente repete
Se eu pudesse esticava o “S” até que de uma linha se tratasse
A morte não é um uniforme
A dúvida é como um perfume
Recolhe
Espalhou-se
Estava com ganda pedra quando saiu esta letra
Era só da pedra?
Acho que sim mano
Então ela existia se não tivesse beat nem caneta?
Cabrão
Pois sou, mas existia ou não?
No fundo o que é que importa se for teu?
Opino mas não me oponho se o viveres
Se o beat se comporta já viveu
Morreu perdido em folhas com dizeres
Vidrado em vidas vividas por elas só
Escrever em tinta permanente em jogo de dominó
Erros acabam rasurados sem nunca desaparecer
Comparo marcas do papel ao atalho do ser
Facilidade de um precipício, dogma que apela ao vício
Sacrifica o cruzadeco sem salas de hospício
No início parece verdade universal
O fundo da garrafa esconde todo o mal
Libertação, alívio, mutilação, satírico
Tudo depende da razão ligado a algo empírico
No fundo a grande guerra tem poder da sensação
Era só da pedra mas existia ou não?
Sonhos que deixei de curtir
Partilhei, disseram-me para ir dormir
Não consigo aqui, o meu pai leva-me
Afinal a ganza não batia, era a conversa na boleia
Amor entre contrários parecia que fazia mal à cabeça
Mas se agora escrevo isto voltámos a tê-las
Nada me tira o sono ou tudo tira o despertar?
São oito de lado
É verdade que estou com a pedra mas porquê tanta agressividade?
Porque ela nem se mexe…
Ficar calmo assusta-me muito mais do que toda a gente maluca
Sentir felicidade e repulsa por ela por ser uma
Prefiro ir com o rebanho
Que se foda o nome que dou para a família que tenho
Caso vá para o campo é porque lá não me sinto tão distante
Viagem é chata mas rápida
Vai pela raiz do ser humano adiante
Como todas irregular, não podemos fazer planos
Somos putos a ver o todo agradável
É com o útil que nós o sujamos
Pedimos para tirarem a nódoa
Mãe e pai ocupam-se, a merda é nossa
Ando a juntar uns trocos para ver se chega o dia em que nunca mais lá toco
Talvez seja impossível, parece mas eu consigo
O que é que queres que eu aposte?
Dou-te tudo menos isso
Largo tudo menos isso
Diz tudo menos isso
Leva tudo menos isso
Penso em tudo menos isso
Brinco com tudo menos isso
Vou desarrumar o mundo e não querer saber onde o pus
Tudo menos isso, pede ajuda e eu procuro
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2. |
Interior de Portugal
03:00
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Adormeci num corredor em frente ao espelho
Acordei, o outro lado está lá estendido para meu bem
São 1000 chaves, 1 porta e muita pressa
Antes do estado amnésia pôr na entrada a fita meta
Por isso eu imagino a dôr que sente a terra
Tudo serve para cuidar dela, experimento a merda e as merdas crescem
Obrigado por teres bazado e deixado cá o vinho
Vou vindimar a tua parte e tirar de lá o lixo
Para não queimar mais um hectar dado ao abandono
Porque fora da cidade a vida dá-lhe sono
Então bora invadir tranquilamente
É só uma vila a menos que não arde nos dias quentes
Hidratamos o sol somente pelo que bebemos
Trabalho de modo tão intenso que só o temos de fazer às vezes
(poetas) Não estão a ver? Isto é puro sebastianismo
Repovoar o interior para encontrar o do indivíduo
Já fui a Londres, Paris, Roma e Madrid
Mas nunca viagei como o fiz aqui
Num extremo do nada, no Caos discreto
Há rainhas em castelos, bons negócios e nem falo de rap
Parece que estou no meu interior
Digno de invadir o vosso, que hoje está sem dono
Parece que estou no meu interior
Fui ver do meu espelho, ainda estou lá
A desculpa é que absorvi a vossa vontade
O teu exterior é o interior do espaço
E isso para ti são coicidências a mais
Estão ambos no vazio, desabitados
É a causa real dos incêndios florestais
Por isso torna maior a tua pequena parte
Cada um com a sua vida desde que isso não nos mate
Ando muito e paro onde cheiro a morte
Não é teu familiar caso tenhas sorte
Tu vem logo, em vez de te preocupares por telefone
Ou vires só quando tiveres a casa em teu nome
Não te vai valer de nada
Parece que estou no meu interior digno de invadir o vosso
Que hoje não tem dono
Parece que estou no meu interior digno de invadir o vosso
Que hoje está sem dono
Parece que estou no meu interior digo de invadir o vosso
Que hoje está sem dono
Parece que estou no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
no meu interior
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3. |
Cria
03:49
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Quem manda nesta merda anestesiou-me e enviou-me para longe
Filho bastardo da vossa reacção política
Porque quero uma ideia e não mais uma ideologia
Irrito-me facilmente e rimo sob pressão
Quem me arranjou profissão provocou-me um acidente e lá voaram dois dentes
De joelho estragado desde 2017
A medicina não faz milagres e é para isso que ela serve
Não presto para nada
Tenho de fazer algo sem atacar ninguém nem ser alvo
Canalizar toda esta raiva cuja existência eu quis negar
Mas ela ganha quando consegues ignorar
Na profundidade só vi buracos até conseguir andar sozinho
É um alívio odiar quem se está a cagar para mim
Dizem que o tempo cura tudo
Eu acho que é anulá-lo como arranjar um emprego na Curra(leira) sossegado
Depois há quem diga que a vida é suar
Ir trabalhar como o caralho e beber do teu sovaco
Falares muitas vezes como se não fosses feliz
E ouvires-te melhor quando falas como se fosses
“Pinta de sonso!”
Talvez o mais perigoso
Para mim governo é Grécia e que se fodam vocês todos
Revoltas inautênticas, revoluções de hoje
Brincadeiras de escola só para ver se tens colhões
Vi os teus olhos a revirarem como se estivesses possuída
Disseste-me que era amor mas essas merdas nem se dizem
Tiveste o rei na barriga
Guardaste os restos do feto num frasco mostraste-me e disseste: “relativiza”
Vieste com a puta da polícia
Para ir para a manifestação esperar que eu não exista
Cheguevaras feministas
Igualdade é igualdade, na cama podem estar em cima
Eu não devia nada a ninguém e agora devo
a quem permite todo o meu atrevimento
Eu não devia nada a ninguém e agora devo
um abraço à minha mãe
Não é nada de pessoal
Mas as histórias têm a parte universal
Não apreender moral porque sabes que vens para durar
E se tudo for previsível sentes-te encurralado
Foges do facto de estar farto com a boa vista do parque
Não nasceste para caçar e a roulotte é ali ao lado
Vais questionando amizades
Cria se não te queres transformar, já fomos avisados
E ainda ponho outra questão:
Será que nos sonhos tenho tesão suficiente
Para te dar oportunidade de remediar o erro?
Passo para outro assunto e não pareço um ET
Dum planeta distante em que tu és o centro
E vou ser aquele típico poetazinho
Não acho isto nada fácil, para isso ando de bicicleta
E é quando me inspiro na paisagem bela
Mas aquilo que me move é a nossa passagem por ela
Eu não devia nada a ninguém e agora devo
não me impeçam
Eu não devia nada a ninguém e agora devo
um abraço à minha mãe
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4. |
H2O
03:21
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Lavo a cara sem as duas mãos, emprestei-as
Sinto a face enterrada tipo avestruz com a peida de fora
Para quem passa soa estranho
Cavo como um coveiro à procura do Graal, baba, terra e ranho
São quem me acompanha, facenha de verme
Água em vez de lava, paraíso em vez de inferno
Glaciares derretidos, bebo-os enquanto grego
Não aguento a sua pureza, debaixo da terra sou cego
Oiço passos, oiço carros, oiço pássaros também
Estou a chamar mas estou à toa, aqui não há mais ninguém
De nada me servem certezas sólidas, fluir entre a rocha
Desabrochar como um botão que nos vai dar pólen
Tenho as costas a tocar na superfície de alguém
Centopeias e aranhas brincam ao “Quem é quem?”
Mordo o palco que me guia, rastejo sem cábula
Com calma vou até onde via a minha mãe de água
Sou fluído porque sou como sou porque sou
H2O
Se passares pelas nuvens precipitas-te
Sou fluído porque sou como sou porque sou
H2O
E se passas pelo chão o ciclo inicia
Ouvi chamadas internas
Sem rituais religiosos alugo moradas nos céus
Demora mas acontece
Procuro um ponto de divergência que me afecta desde a primeira experiência no baloiço
Diluído na minha fonte a apontar para onde olho
Nuvens aqui perto, sinto que supero um super-herói
Quando tinhas de bazar à noite, o que é que ficou de ti?
Reconstrói com esta pedra, choremos a rir
Pegada fria, todos sabem onde vai dar mas está seco
Espero que o próximo profeta saiba o que está a dizer
Ele vai-se abaixo, vem para cima, a vida tem segredos
Mas a energia que carregas não pode servir de exemplo
Ponho-me a seguir formigas
Impaciente concluo que não têm origem
Mas há uma parte de mim que ouve quando elas gritam
Dizem que estão
A fluir entre o céu e a terra
No que é seu a cumprir a essência
A fluir entre o céu e a terra
O predador foge da presa, pede desculpa e desaparece
Será que as leis da natureza fomos nós que as fizemos?
Sou fluído porque sou como sou porque sou
H2O
Sou fluído porque sou como sou porque sou
H2O
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5. |
Tudo Nosso
02:42
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Entre nós há uma ponte em chamas debaixo de água porque isto é tudo nosso
Só poluição, garrafas sem mensagem
Muitas vezes mudo de rótulo, não estou a impedir nada
Pergunto quando compro frango se havia um sonho a pedir asas
Trabalhamos sem nos pagarem tantas vezes que quando nos pagam
Até achamos estranho não suspeitarem
De que andamos a roubar entidades
Sem oportunidade para assinar contractos
Velórios nos hipermercados e eu alinho em tudo
É difícil criar o meu gado no meio do barulho
E para deixar de comer carne é como deixar de comer tudo
Sentir-me fraco em nome de um ambiente que só existe quando viajo
Está-me a parecer perigoso…pouco proveito
Risos de sangue nos dentes, brindes, isto é tudo nosso e está tudo bem
Foi assim que nos educaram
E eu estou só a repetir mas se fosse a ti negava
Porque isto é tudo nosso
Reduzimos animais a plantas, plantas a rochas
Somos os maiores
Quem disser o contrário que se informe melhor
Isto é tudo nosso só porque isto é tudo nosso
Reduzimos animais a plantas
Elas não nascem
Estamos a sós
Quem achar o contrário sofre
Isto é tudo nosso
Competitivos, nesta altura crítica do campeonato
A escrita é serrote numa árvore orgulhoso de ela ir abaixo
Todos correm só para ver quem desperdiça mais
O pensamento, que é um todo, divide-se em punchlines podres
Para depois me dizerem “isto é tudo teu, finalmente ficaste burro”
Quer dizer que bateu
Mas a natureza escolhe-me para a demonstração
Experiências nos laboratórios de vingança contra a ciência
E carrego esta merda até ao fim
Proibido de dizer que está tudo bem, nunca é bem assim
Passam horas a foder-me o juízo
Gritam “tudo nosso” nos meus ouvidos
Depois perguntam pela solução porque estou sozinho a dizer
“Não, não podes. Próxima espécie em extinção serão crianças e idosos”
“Mas esses estão dentro dos humanos”
“Novo conceito para isso é não escapar aos impostos
Vocês abaixo de cão, eu abaixo de osso
Falar disso não resolve mas aqui vai mais um esforço
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6. |
A família faz o jogo
03:20
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Deu à luz um ditador, mas como era a criadora
Sempre pensou que não perdia o controlo
Deixou de lhe dar dinheiro e o que era comida passou
A ser suficiente reduzido para dois pratos de arroz
A maior parte concordou com a atitude
Velhas chatas abandonadas por miúdos
É normal que não gostem muito que a amiga tenha um em casa
Mas o puto tão novo aconselhava:
“Mata-me já. Vais salvar o mundo se não puder escapar da idade que me torna incapaz
de concretizar o mal que é meu ideal, e eu ainda sou só um rapaz puro. Bonito, feio, não interessa, espero que mates como cidadã do mundo, amiga ou familiar, não penses muito.
Pela pureza que há no sangue que carregamos.
Devo virar santo, deixa o meu descanso em paz.”
Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo
Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo
Ouvir isto não é para todos como deves calcular
Nem para o pai cauteloso
Tu não escolhes onde nasces, é uma regra para todos.
Fodido é se a família faz o jogo
Passam a vida toda atrás de ti
Incomodados se tiveres próximo do teu estilo
Aquela história não se diz
Não percebo se a minha mãe a quis
Nasceu de mim, o teu único filho!
Não vou rimar para te sustentar, isso implica matar-me
E sinto-me morto com ofertas tão vagas
Agora é que eu notei que toda a roupa é de marca
Se criaste um desenquadrado orgulha-te e abraça-me
Muito tempo em casa…
Agora tenho esta máfia estudada
E a paranóia não passa, toma um canto confortável
Em troca das asas
Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo
Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo
Família,
Venho pelo único meio de anunciar a minha vinda que poderei bazar
Estou a fazer 25 anos e ainda não me consegui orientar.
Família,
Isto não é nenhuma despedida é só para vos lembrar
Se estão arrependidos pelo facto de ter nascido
Eu ainda posso perdoar.
Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo
Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo
Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo
Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo
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7. |
Alma Corpo
03:10
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Para todos os espíritos que me tocam e eu nem sequer dou por isso
Sabe-se lá o que é que se passa na cabeça deles
Acalmemos
Vive com alma à mostra
Torna-te fantasma
Vive com a alma mais à mostra que o corpo
Provoco o sono para abrires os olhos
Vive com a alma
É tipo casa, o corpo é…
Vive com a alma
Como a minha não será assim tão raro
Encontrares uma alma que não se divida
Entre o agora e a sua origem
Devora tempo em pedaços para que a glória se atinja sozinha
Vejo luzes nas janelas que querem vir falar
O amor da minha vida a voar, seu nome é possibilidade
Sempre curtiu de mim, um dia salto
Com um mega trampolim lá em baixo
“Socorro” diz a alma “estou calmo” diz o corpo
Quando nenhum percebe o que é que diz de novo?
Eu sou uma g’anda merda e hoje alguém me pisou
“Socorro” diz a alma “cala-te!” diz o coro imaginário
Ela vive ao contrário em modo rebelde
Enrola se não tiver vontade de sair
Não dá
Eu sei que te queres e não te podes queixar
Dá graças ao aspecto desleixado
Contigo é sempre outro cuidado e isto afasta mau-olhado
Vive com a alma à mostra
Torna-te fantasma
Vive com a alma
É tipo casa, o corpo é a viagem
Vive com a alma
Este sono vai-te abrir os olhos
Vive com a alma
Deixa cair a bengala, a velhice é velha guarda
Necessária à aprendizagem
Leva sempre essa malta para onde quer que vás
O azar às vezes desiste quando lhe perguntas:
“Onde é que tu queres chegar e porque é que me queres levar agora que eu existo e admito que ter um corpo é fixe?”
Mas finalmente posso ver quem amo ao lado
Sem que ninguém repare, e um dia trocamos.
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8. |
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Mais uma dose de clareza, viciado em mandar vir
Mais explicações para o que oiço mas o pessoal quer-se rir
E comigo é impossível mesmo depois deste ácido
Põe a rádio na Antena 2, se já vibras com a 3
E não estou a dizer mal de ninguém
Mas clássicos são clássicos e nós ainda não fazemos nada aproximado
Intemporal
Mais difícil agora, porque não vale fazer igual
Vestígios de inspiração, mas segue-a cego
Pudera, olhar para uma pessoa é quase querer vê-la em baixo
Dar-lhe quase tudo tipo o que fiz a alguns putos
E até já ouvi algures “sa foda o conteúdo”
Em qualquer terra quem não está faz falta e quem está, azar
A menos que saibas dançar ninguém te chama ao palco
E então aprendes a atender telefones ou a servir às mesas
Tudo o que um gajo não gosta e compensa
Outro caso, outra merda, não importa
Relevante é fazer essa missão e uma ganza para o caminho
Deixar o dia a correr sem saber como correu
No final vejo pelo meu espelho se foi dia mau
E isso sou eu
Não evito, são as minhas condições
Tomo banho e lavo os dentes mas a cara mete nojo
Deixa lá fazer um som
Quer dizer, aceita o atestado
Estou saudável mas vais ver que volto e sou um gajo novo
Sempre a rir mas não relaxo
Fica descansado
Sempre a rir mas não relaxo
Deixo-me ir mas nem isso é por acaso
Foi decidido
Sempre a rir mas não relaxo
Fica descansado
Sempre a rir mas não relaxo
Deixo-me ir mas nem isso é por acaso
Foi decidido
Só estou escondido porque dificilmente vêm dar à Vivenda, ao Lar do Cevas, à Garagem,
Nave da Tradição, TK, Quarto do Pilha, sabem
Se precisarem de protecção pode contar com um músculo:
O coração
Bate mais forte do que qualquer som
E deste modo nem a droga agarra, bate pouco
Apanhar a moca só porque sim… desculpa lá, não dá hoje
Já nasci consumido, não quero estar a fazer pior
É repetitivo, então quando há trabalho é quando eu me drogo
No Ginásio, fumo e bebo a subir metal e aço
Resultado: estou sempre a rir mas não relaxo
Sempre a rir mas não relaxo
Fica descansado
Sempre a rir mas não relaxo
Deixo-me ir mas nem isso é por acaso
Foi decidido
Sempre a rir mas não relaxo
Fica descansado
Sempre a rir mas não relaxo
Deixo-me ir mas nem isso é por acaso
Foi decidido
Ganda trip em contacto com a natureza
A natureza das coisas, até das coisas que não são da natureza
Se vires alguém a tentar tirar a natureza às coisas,
Chama-me.
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9. |
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Puto,
Ler é uma seca mas há muitos livros de auto-ajuda para não teres um delírio
Os romances que fazem-te ver muitos amores e os factos falsos
Baseados em contos verídicos
A filosofia, o estudo dos crimes,
As utopias que tornam o mundo mais simples
E agora para que se concretizem começa na página 5
O que lês sobre o autor vais ter de ler nas seguintes
Põe um termo ao que vives ou dá um stand by
Larga quando o teu mano cai, salva-o e volta a ler
Quando achares que é sensato, põe-no a ler
Mais dia menos dia o teu sonho é o dele
Eu sei que é esquisito o nosso comportamento
E se usares isto para o mal, acredita que estou a ver
Lê-te enquanto livre
Tu existes para ensinar paz aos hippies,
violência aos nazis, corrupção aos políticos
Nasceste para ensinar as personagens destes livros
Lê-te enquanto livre
Tu existes para ensinar paz aos hippies,
violência aos nazis, corrupção aos políticos
Façam o que fizerem vão ser sempre personagens destes livros
Provavelmente isto só te deu mais vontade de ir brincar
Mas tenho papéis infantis para homens da tua idade
Espero que a cabeça doa, depois vais aliviar
Toma o prato da semana, minado
E agora que aceleras diz qual é a terra que te quis
Quem conhece bem a tuga sabe que é o céu invertido
O meu pai mostrava o atlas e até me divertia
Apontava para a ilha e dizia “quero estar ali”
Uns anos mais tarde vou pesquisar e é tudo uma base militar que parece um paraíso
Nas páginas de um livro…
Por isso digo-te, é melhor não leres menos do que encontras
Ninguém quer ignorância quando morre
Os fãs estão no início da carreira de fantoche
E tu que não curtes livro nenhum, faz a história enquanto podes
Lê-te enquanto livre
Tu existes para ensinar paz aos hippies,
violência aos nazis, corrupção aos políticos
Nasceste para ensinar as personagens destes livros
Lê-te enquanto livre
Tu existes para ensinar paz aos hippies,
violência aos nazis, corrupção aos políticos
Façam o que fizerem vão ser sempre personagens
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10. |
Primeira Meditação
02:57
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Foi um segundo, apenas um segundo
Vou tentar estendê-lo para um minuto
mete aí a contar…
Como dizem na gíria, eu estava cego quando fechei os olhos
Vi uma boneca e voltei a ser quem eu era
Foi um segundo numa conversa intensa
AÇOmiu postura, para que nunca a confundisse, disse-me:
“A tua mãe estava só preocupada
e tens sorte, este sistema quis que vocês se odiassem. Não conseguiu.
Amanhã acorda, vai lá diz que amas sem vergonha mas sem moca, só tu.”
Mudando de assunto porque ainda tivemos tempo
Perguntou-me porque é que eu fico mais triste no inverno
Coincide, entro num ciclo de trabalho escravo
Acabo a forçar resultados negativos
Para além disso o horizonte não cresce
Mas a boneca disse: “Isso é só o que parece! Tens tudo para viver burro, segue o teu instinto. Quando decidiste fazer o que estás a fazer já sabias, ia ser fodido. Mas está tão quase, não vaciles, seria um desperdício, e o melhor tempo ainda não foi investido.”
Depois riu-se por eu complicar a vida
Mas deixou-me descansado por ficar mais bonita enquanto se ria
Ridículo… aquele segundo não acabava
Mas aquele segundo era só medida física
Teve que ir, disse que não há despedida
Porque o corpo dela vai mas aquelas ideias ficam
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11. |
Ping Pong
02:15
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Ping Pong, qual é que foi o meu erro?
Porque raio eu ganho quando perco?
Espero que a rede fique no meio
É que passei a tarde toda a dizer “Next” e fiquei
Amanhã será diferente de certeza
Detesto marcar pontos, só quero manter a bola na mesa
Se puxas eu puxo mais, não fico preocupado
Enquanto a agressividade está do outro lado
Até aos 11 ou aos 21 é amor que faz este jogo
Recuso exibições
Sou do bem, até me tornei inocente e irritante
Já que não se paga atrás da igreja dos Anjos.
Entro no spot, manco o campeão
E todos os que lhe dão luta no meu campo de visão
Às vezes jogo numa mesa mais pequena
O dono dela gosta de alterar as regras
Mas eu alinho em tudo
Todo o desafio é uma g’anda sorte
A meio dos jogos vou à lua e deixo ganhar por capote
Uma vez ou outra só para dar moral
Porque toda a gente consegue ganhar-me
Meu brother não pares de tentar
Ping Pong puxa mas percebe
Sem bola na mesa não há jogo, agradece
Sente o que eu sinto quando conseguires ganhar
Eu fico triste pelo jogo ter acabado
Não pares de tentar, puxa mas percebe
Sem bola na mesa não há jogo, agradece
Sente o que eu sinto quando conseguires ganhar
Eu fico triste pelo jogo ter acabado
Estou curioso com o que o futuro me reservou
Um gajo que já fodeu com a Marta desafiou-me
Diz que está sem jogar há muito tempo
Ele com saudades de ganhar, eu com saudades de perder
Espero sem ironia que ele seja bem sucedido
Duas saudades, um novo amor correspondido
É verdade, e estou a ser honesto
Desfaçam o meu ego, bem vindo a tudo o resto
E isto vale para tudo
Até acredito que é assim que eu posso salvar o mundo
Vou passar o dia todo a aprender
Por isso Ping Pong, repito:
Qual é que foi o meu erro?
Ping Pong puxa mas percebe
Sem bola na mesa não há jogo, agradece
Sente o que eu sinto quando conseguires ganhar
Eu fico triste pelo jogo ter acabado
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