We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

Meu Filho

by Uno

supported by
/
1.
Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Sou o resquício O fim do ciclo que te remete ao início O saciar da vontade e a génese do vício Levo a caneta ao papel ou seringa à pele O acto é o mesmo À beira do precipício o vazio é mel E o chamamento é a prova dos nove entre o real e o abismo O grito lá de baixo sai límpido Cristalino faz sentido como não tinhas visto Sou atraído pela razão do caos E o suave funcionar do cataclismo Nem o relógio cumpriria a sua função tão correctamente Quanto ao correr do tempo Apreciar os segundos tão pausadamente Sabendo que estes são tão certos como o vento vai e vem Qual o sentido que a tua moca tem? Ser a pena que relata o sentido do além Ou doar a divindade e criar o mundo refém? A fibra da existência nada é para quem a molda bem Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Deixa virar mudo quem fala sem ter certezas A pedra é da caneta, completa quem contempla Azar e destreza trazem-me sorte na mesma Mais uma pergunta de merda mas vou fazê-la Vais fugir à norma ou tentar concebe-la? Saltar à corda ou tentar outra proeza? Dar ênfase à discórdia e mais forma à cadência Claro que é da pedra, pode é não ser da mesma Se bate até que fura, afunda de certeza Se a sarda não dura para quê descreve-la? Criticas quem desfruta, tu querias era tê-la Com uma mão na nuca e zero na consciência Cola em quem flutua, estuda esta ciência Se falhar peço desculpa, não penitência E vou esculpir a pedra e fazer dela letra Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Foi sem medos a escrever que eu apanhei esta pedra À vontade contigo mesmo, facilita quem tu eras Caos em guerra das noitadas amarelas Há muitas noites que viram pedras ou novelas Fazer som é isto, e muito mais não digo Preencher folhas contigo torna-se mais divertido Mas antes de o ter dito Questionei alguns amigos para que fique bem definido Que no fundo somos isto É a sujidade de cada um com a pureza de todos Não me sentia tão vazio desde o nosso último encontro É amar bem é amar morto É um sabor amargo que se esconde por detrás do esgoto Há quem faça por gosto e não gosta de te ouvir As diferenças que te marcam mexem-te com os ouvidos Mas foi pela pedra que consegui sentir Foram alturas menos boas mas que fizeram sentido Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Tive de construi-la mas antes decifrá-la Para conseguir senti-la depois de apanhá-la E lá me questiono do porquê Até que ponto a minha credibilidade juntamente com a do outro Por onde se encontrava, se o tempo se alcançava Se o espaço mais próximo sabe-se lá onde estava Quando a minha resposta se torna na pergunta E estou num Ping Pong até ficar em dúvida Se for só da pedra o som fica chato Se não for o que digo mas sim aquilo que faço Tornam-se nas soluções para caminhar passo a passo Mas por cada curva continuo no mesmo lado Exijo uma explicação E só te estendo a mão se for uma pedra com razão E se existisse ou não, tiravas-lhe a conclusão? E partias do início O que está na aviação? O que está depois do cubico? Uma viagem bem manhosa e sem o cinto Daí o psicadelismo e sem haver um sítio fixo Com o proveito duns guitos se andar por aí Sem sentido mas bem sentido para quem joga assim Pode ser da minha cabeça mas é sinistro Ou a moca acaba ou lá me despisto Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Cheio de frio a ouvir a estrela Porque quando quis dar a ela vim parar à Terra Passam-me a fé toda num acidente do qual eu fui cobaia Enlouqueço mas ninguém me deu opiniões contrárias É difícil agarrar numa conversa com qualquer entidade Porque ninguém tem tempo para ouvir o que quero mostrar Algo dentro de mim diz: “relaxa já, antes de pensares noutra pensa nesta faixa” Ah, ok, era isso O que é que eu posso dizer que não possa ser ridículo? Averigúem ou esqueçam esta minha aventura Estou só a pedir ajuda e acabo por sentir culpa É verdade ou não? Rimes o que rimares eu só pus Um mega parênteses no teu discurso Porque quando não falas da pergunta o que dizes não interessa E se achas que estou errado estou cá ainda à tua espera Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? O reencontro é óbvio com os melhores exemplares Até ao ponto de ignição a criar ambientes invulgares Sem avantajares como em jantares populares E os problemas de viajar são os de ficares sem voltares Habituado a escrever letras, puxar das gavetas Mesmo sem mocas e piruetas, sóbrio das cornetas Sim. Eu já tentei e deu resultado na escrita Grita o meu nome numa sanita e no final vomita Ontem e hoje é 0 de álcool nas artérias Com miséria de fumos escondidos por debaixo de terras Mistura desses dois deixam-me na idade da pedra Consumo o fumo de erva boa, comum a quem se integra Dá-me mil razões para fazer sons sem dizer o contrário Se o beat é bom, conhecemos o dono e qual o seu Armário Moca passada vai que estagna no agora exacto Encostados dentro de um cubo sem barulho e aparato Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? Tudo ao mesmo tempo Quero agarrar-lhe, não consigo O mundo escapa-me entre os dedos Capa de segredos partilhados Até à última gota na garrafa deste frasco Eu tenho medo é de encontrar-me no fundo deste poço Nunca alcançar-me no espelho dos teus olhos Somos uns dos outros, tu estás a falar a sério? Somos uns os outros não respondas sem critério A vida é uma pergunta, a dúvida é legítima Resposta é traiçoeira, andas cá há quantas sinas? Não respondas, incessantemente repete Se eu pudesse esticava o “S” até que de uma linha se tratasse A morte não é um uniforme A dúvida é como um perfume Recolhe Espalhou-se Estava com ganda pedra quando saiu esta letra Era só da pedra? Acho que sim mano Então ela existia se não tivesse beat nem caneta? Cabrão Pois sou, mas existia ou não? No fundo o que é que importa se for teu? Opino mas não me oponho se o viveres Se o beat se comporta já viveu Morreu perdido em folhas com dizeres Vidrado em vidas vividas por elas só Escrever em tinta permanente em jogo de dominó Erros acabam rasurados sem nunca desaparecer Comparo marcas do papel ao atalho do ser Facilidade de um precipício, dogma que apela ao vício Sacrifica o cruzadeco sem salas de hospício No início parece verdade universal O fundo da garrafa esconde todo o mal Libertação, alívio, mutilação, satírico Tudo depende da razão ligado a algo empírico No fundo a grande guerra tem poder da sensação Era só da pedra mas existia ou não? Sonhos que deixei de curtir Partilhei, disseram-me para ir dormir Não consigo aqui, o meu pai leva-me Afinal a ganza não batia, era a conversa na boleia Amor entre contrários parecia que fazia mal à cabeça Mas se agora escrevo isto voltámos a tê-las Nada me tira o sono ou tudo tira o despertar? São oito de lado É verdade que estou com a pedra mas porquê tanta agressividade? Porque ela nem se mexe… Ficar calmo assusta-me muito mais do que toda a gente maluca Sentir felicidade e repulsa por ela por ser uma Prefiro ir com o rebanho Que se foda o nome que dou para a família que tenho Caso vá para o campo é porque lá não me sinto tão distante Viagem é chata mas rápida Vai pela raiz do ser humano adiante Como todas irregular, não podemos fazer planos Somos putos a ver o todo agradável É com o útil que nós o sujamos Pedimos para tirarem a nódoa Mãe e pai ocupam-se, a merda é nossa Ando a juntar uns trocos para ver se chega o dia em que nunca mais lá toco Talvez seja impossível, parece mas eu consigo O que é que queres que eu aposte? Dou-te tudo menos isso Largo tudo menos isso Diz tudo menos isso Leva tudo menos isso Penso em tudo menos isso Brinco com tudo menos isso Vou desarrumar o mundo e não querer saber onde o pus Tudo menos isso, pede ajuda e eu procuro
2.
Adormeci num corredor em frente ao espelho Acordei, o outro lado está lá estendido para meu bem São 1000 chaves, 1 porta e muita pressa Antes do estado amnésia pôr na entrada a fita meta Por isso eu imagino a dôr que sente a terra Tudo serve para cuidar dela, experimento a merda e as merdas crescem Obrigado por teres bazado e deixado cá o vinho Vou vindimar a tua parte e tirar de lá o lixo Para não queimar mais um hectar dado ao abandono Porque fora da cidade a vida dá-lhe sono Então bora invadir tranquilamente É só uma vila a menos que não arde nos dias quentes Hidratamos o sol somente pelo que bebemos Trabalho de modo tão intenso que só o temos de fazer às vezes (poetas) Não estão a ver? Isto é puro sebastianismo Repovoar o interior para encontrar o do indivíduo Já fui a Londres, Paris, Roma e Madrid Mas nunca viagei como o fiz aqui Num extremo do nada, no Caos discreto Há rainhas em castelos, bons negócios e nem falo de rap Parece que estou no meu interior Digno de invadir o vosso, que hoje está sem dono Parece que estou no meu interior Fui ver do meu espelho, ainda estou lá A desculpa é que absorvi a vossa vontade O teu exterior é o interior do espaço E isso para ti são coicidências a mais Estão ambos no vazio, desabitados É a causa real dos incêndios florestais Por isso torna maior a tua pequena parte Cada um com a sua vida desde que isso não nos mate Ando muito e paro onde cheiro a morte Não é teu familiar caso tenhas sorte Tu vem logo, em vez de te preocupares por telefone Ou vires só quando tiveres a casa em teu nome Não te vai valer de nada Parece que estou no meu interior digno de invadir o vosso Que hoje não tem dono Parece que estou no meu interior digno de invadir o vosso Que hoje está sem dono Parece que estou no meu interior digo de invadir o vosso Que hoje está sem dono Parece que estou no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior no meu interior
3.
Cria 03:49
Quem manda nesta merda anestesiou-me e enviou-me para longe Filho bastardo da vossa reacção política Porque quero uma ideia e não mais uma ideologia Irrito-me facilmente e rimo sob pressão Quem me arranjou profissão provocou-me um acidente e lá voaram dois dentes De joelho estragado desde 2017 A medicina não faz milagres e é para isso que ela serve Não presto para nada Tenho de fazer algo sem atacar ninguém nem ser alvo Canalizar toda esta raiva cuja existência eu quis negar Mas ela ganha quando consegues ignorar Na profundidade só vi buracos até conseguir andar sozinho É um alívio odiar quem se está a cagar para mim Dizem que o tempo cura tudo Eu acho que é anulá-lo como arranjar um emprego na Curra(leira) sossegado Depois há quem diga que a vida é suar Ir trabalhar como o caralho e beber do teu sovaco Falares muitas vezes como se não fosses feliz E ouvires-te melhor quando falas como se fosses “Pinta de sonso!” Talvez o mais perigoso Para mim governo é Grécia e que se fodam vocês todos Revoltas inautênticas, revoluções de hoje Brincadeiras de escola só para ver se tens colhões Vi os teus olhos a revirarem como se estivesses possuída Disseste-me que era amor mas essas merdas nem se dizem Tiveste o rei na barriga Guardaste os restos do feto num frasco mostraste-me e disseste: “relativiza” Vieste com a puta da polícia Para ir para a manifestação esperar que eu não exista Cheguevaras feministas Igualdade é igualdade, na cama podem estar em cima Eu não devia nada a ninguém e agora devo a quem permite todo o meu atrevimento Eu não devia nada a ninguém e agora devo um abraço à minha mãe Não é nada de pessoal Mas as histórias têm a parte universal Não apreender moral porque sabes que vens para durar E se tudo for previsível sentes-te encurralado Foges do facto de estar farto com a boa vista do parque Não nasceste para caçar e a roulotte é ali ao lado Vais questionando amizades Cria se não te queres transformar, já fomos avisados E ainda ponho outra questão: Será que nos sonhos tenho tesão suficiente Para te dar oportunidade de remediar o erro? Passo para outro assunto e não pareço um ET Dum planeta distante em que tu és o centro E vou ser aquele típico poetazinho Não acho isto nada fácil, para isso ando de bicicleta E é quando me inspiro na paisagem bela Mas aquilo que me move é a nossa passagem por ela Eu não devia nada a ninguém e agora devo não me impeçam Eu não devia nada a ninguém e agora devo um abraço à minha mãe
4.
H2O 03:21
Lavo a cara sem as duas mãos, emprestei-as Sinto a face enterrada tipo avestruz com a peida de fora Para quem passa soa estranho Cavo como um coveiro à procura do Graal, baba, terra e ranho São quem me acompanha, facenha de verme Água em vez de lava, paraíso em vez de inferno Glaciares derretidos, bebo-os enquanto grego Não aguento a sua pureza, debaixo da terra sou cego Oiço passos, oiço carros, oiço pássaros também Estou a chamar mas estou à toa, aqui não há mais ninguém De nada me servem certezas sólidas, fluir entre a rocha Desabrochar como um botão que nos vai dar pólen Tenho as costas a tocar na superfície de alguém Centopeias e aranhas brincam ao “Quem é quem?” Mordo o palco que me guia, rastejo sem cábula Com calma vou até onde via a minha mãe de água Sou fluído porque sou como sou porque sou H2O Se passares pelas nuvens precipitas-te Sou fluído porque sou como sou porque sou H2O E se passas pelo chão o ciclo inicia Ouvi chamadas internas Sem rituais religiosos alugo moradas nos céus Demora mas acontece Procuro um ponto de divergência que me afecta desde a primeira experiência no baloiço Diluído na minha fonte a apontar para onde olho Nuvens aqui perto, sinto que supero um super-herói Quando tinhas de bazar à noite, o que é que ficou de ti? Reconstrói com esta pedra, choremos a rir Pegada fria, todos sabem onde vai dar mas está seco Espero que o próximo profeta saiba o que está a dizer Ele vai-se abaixo, vem para cima, a vida tem segredos Mas a energia que carregas não pode servir de exemplo Ponho-me a seguir formigas Impaciente concluo que não têm origem Mas há uma parte de mim que ouve quando elas gritam Dizem que estão A fluir entre o céu e a terra No que é seu a cumprir a essência A fluir entre o céu e a terra O predador foge da presa, pede desculpa e desaparece Será que as leis da natureza fomos nós que as fizemos? Sou fluído porque sou como sou porque sou H2O Sou fluído porque sou como sou porque sou H2O
5.
Tudo Nosso 02:42
Entre nós há uma ponte em chamas debaixo de água porque isto é tudo nosso Só poluição, garrafas sem mensagem Muitas vezes mudo de rótulo, não estou a impedir nada Pergunto quando compro frango se havia um sonho a pedir asas Trabalhamos sem nos pagarem tantas vezes que quando nos pagam Até achamos estranho não suspeitarem De que andamos a roubar entidades Sem oportunidade para assinar contractos Velórios nos hipermercados e eu alinho em tudo É difícil criar o meu gado no meio do barulho E para deixar de comer carne é como deixar de comer tudo Sentir-me fraco em nome de um ambiente que só existe quando viajo Está-me a parecer perigoso…pouco proveito Risos de sangue nos dentes, brindes, isto é tudo nosso e está tudo bem Foi assim que nos educaram E eu estou só a repetir mas se fosse a ti negava Porque isto é tudo nosso Reduzimos animais a plantas, plantas a rochas Somos os maiores Quem disser o contrário que se informe melhor Isto é tudo nosso só porque isto é tudo nosso Reduzimos animais a plantas Elas não nascem Estamos a sós Quem achar o contrário sofre Isto é tudo nosso Competitivos, nesta altura crítica do campeonato A escrita é serrote numa árvore orgulhoso de ela ir abaixo Todos correm só para ver quem desperdiça mais O pensamento, que é um todo, divide-se em punchlines podres Para depois me dizerem “isto é tudo teu, finalmente ficaste burro” Quer dizer que bateu Mas a natureza escolhe-me para a demonstração Experiências nos laboratórios de vingança contra a ciência E carrego esta merda até ao fim Proibido de dizer que está tudo bem, nunca é bem assim Passam horas a foder-me o juízo Gritam “tudo nosso” nos meus ouvidos Depois perguntam pela solução porque estou sozinho a dizer “Não, não podes. Próxima espécie em extinção serão crianças e idosos” “Mas esses estão dentro dos humanos” “Novo conceito para isso é não escapar aos impostos Vocês abaixo de cão, eu abaixo de osso Falar disso não resolve mas aqui vai mais um esforço
6.
Deu à luz um ditador, mas como era a criadora Sempre pensou que não perdia o controlo Deixou de lhe dar dinheiro e o que era comida passou A ser suficiente reduzido para dois pratos de arroz A maior parte concordou com a atitude Velhas chatas abandonadas por miúdos É normal que não gostem muito que a amiga tenha um em casa Mas o puto tão novo aconselhava: “Mata-me já. Vais salvar o mundo se não puder escapar da idade que me torna incapaz de concretizar o mal que é meu ideal, e eu ainda sou só um rapaz puro. Bonito, feio, não interessa, espero que mates como cidadã do mundo, amiga ou familiar, não penses muito. Pela pureza que há no sangue que carregamos. Devo virar santo, deixa o meu descanso em paz.” Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo Ouvir isto não é para todos como deves calcular Nem para o pai cauteloso Tu não escolhes onde nasces, é uma regra para todos. Fodido é se a família faz o jogo Passam a vida toda atrás de ti Incomodados se tiveres próximo do teu estilo Aquela história não se diz Não percebo se a minha mãe a quis Nasceu de mim, o teu único filho! Não vou rimar para te sustentar, isso implica matar-me E sinto-me morto com ofertas tão vagas Agora é que eu notei que toda a roupa é de marca Se criaste um desenquadrado orgulha-te e abraça-me Muito tempo em casa… Agora tenho esta máfia estudada E a paranóia não passa, toma um canto confortável Em troca das asas Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo Família, Venho pelo único meio de anunciar a minha vinda que poderei bazar Estou a fazer 25 anos e ainda não me consegui orientar. Família, Isto não é nenhuma despedida é só para vos lembrar Se estão arrependidos pelo facto de ter nascido Eu ainda posso perdoar. Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo Lá fora o mundo é louco mas não deixes que a família faça o jogo
7.
Alma Corpo 03:10
Para todos os espíritos que me tocam e eu nem sequer dou por isso Sabe-se lá o que é que se passa na cabeça deles Acalmemos Vive com alma à mostra Torna-te fantasma Vive com a alma mais à mostra que o corpo Provoco o sono para abrires os olhos Vive com a alma É tipo casa, o corpo é… Vive com a alma Como a minha não será assim tão raro Encontrares uma alma que não se divida Entre o agora e a sua origem Devora tempo em pedaços para que a glória se atinja sozinha Vejo luzes nas janelas que querem vir falar O amor da minha vida a voar, seu nome é possibilidade Sempre curtiu de mim, um dia salto Com um mega trampolim lá em baixo “Socorro” diz a alma “estou calmo” diz o corpo Quando nenhum percebe o que é que diz de novo? Eu sou uma g’anda merda e hoje alguém me pisou “Socorro” diz a alma “cala-te!” diz o coro imaginário Ela vive ao contrário em modo rebelde Enrola se não tiver vontade de sair Não dá Eu sei que te queres e não te podes queixar Dá graças ao aspecto desleixado Contigo é sempre outro cuidado e isto afasta mau-olhado Vive com a alma à mostra Torna-te fantasma Vive com a alma É tipo casa, o corpo é a viagem Vive com a alma Este sono vai-te abrir os olhos Vive com a alma Deixa cair a bengala, a velhice é velha guarda Necessária à aprendizagem Leva sempre essa malta para onde quer que vás O azar às vezes desiste quando lhe perguntas: “Onde é que tu queres chegar e porque é que me queres levar agora que eu existo e admito que ter um corpo é fixe?” Mas finalmente posso ver quem amo ao lado Sem que ninguém repare, e um dia trocamos.
8.
Mais uma dose de clareza, viciado em mandar vir Mais explicações para o que oiço mas o pessoal quer-se rir E comigo é impossível mesmo depois deste ácido Põe a rádio na Antena 2, se já vibras com a 3 E não estou a dizer mal de ninguém Mas clássicos são clássicos e nós ainda não fazemos nada aproximado Intemporal Mais difícil agora, porque não vale fazer igual Vestígios de inspiração, mas segue-a cego Pudera, olhar para uma pessoa é quase querer vê-la em baixo Dar-lhe quase tudo tipo o que fiz a alguns putos E até já ouvi algures “sa foda o conteúdo” Em qualquer terra quem não está faz falta e quem está, azar A menos que saibas dançar ninguém te chama ao palco E então aprendes a atender telefones ou a servir às mesas Tudo o que um gajo não gosta e compensa Outro caso, outra merda, não importa Relevante é fazer essa missão e uma ganza para o caminho Deixar o dia a correr sem saber como correu No final vejo pelo meu espelho se foi dia mau E isso sou eu Não evito, são as minhas condições Tomo banho e lavo os dentes mas a cara mete nojo Deixa lá fazer um som Quer dizer, aceita o atestado Estou saudável mas vais ver que volto e sou um gajo novo Sempre a rir mas não relaxo Fica descansado Sempre a rir mas não relaxo Deixo-me ir mas nem isso é por acaso Foi decidido Sempre a rir mas não relaxo Fica descansado Sempre a rir mas não relaxo Deixo-me ir mas nem isso é por acaso Foi decidido Só estou escondido porque dificilmente vêm dar à Vivenda, ao Lar do Cevas, à Garagem, Nave da Tradição, TK, Quarto do Pilha, sabem Se precisarem de protecção pode contar com um músculo: O coração Bate mais forte do que qualquer som E deste modo nem a droga agarra, bate pouco Apanhar a moca só porque sim… desculpa lá, não dá hoje Já nasci consumido, não quero estar a fazer pior É repetitivo, então quando há trabalho é quando eu me drogo No Ginásio, fumo e bebo a subir metal e aço Resultado: estou sempre a rir mas não relaxo Sempre a rir mas não relaxo Fica descansado Sempre a rir mas não relaxo Deixo-me ir mas nem isso é por acaso Foi decidido Sempre a rir mas não relaxo Fica descansado Sempre a rir mas não relaxo Deixo-me ir mas nem isso é por acaso Foi decidido Ganda trip em contacto com a natureza A natureza das coisas, até das coisas que não são da natureza Se vires alguém a tentar tirar a natureza às coisas, Chama-me.
9.
Puto, Ler é uma seca mas há muitos livros de auto-ajuda para não teres um delírio Os romances que fazem-te ver muitos amores e os factos falsos Baseados em contos verídicos A filosofia, o estudo dos crimes, As utopias que tornam o mundo mais simples E agora para que se concretizem começa na página 5 O que lês sobre o autor vais ter de ler nas seguintes Põe um termo ao que vives ou dá um stand by Larga quando o teu mano cai, salva-o e volta a ler Quando achares que é sensato, põe-no a ler Mais dia menos dia o teu sonho é o dele Eu sei que é esquisito o nosso comportamento E se usares isto para o mal, acredita que estou a ver Lê-te enquanto livre Tu existes para ensinar paz aos hippies, violência aos nazis, corrupção aos políticos Nasceste para ensinar as personagens destes livros Lê-te enquanto livre Tu existes para ensinar paz aos hippies, violência aos nazis, corrupção aos políticos Façam o que fizerem vão ser sempre personagens destes livros Provavelmente isto só te deu mais vontade de ir brincar Mas tenho papéis infantis para homens da tua idade Espero que a cabeça doa, depois vais aliviar Toma o prato da semana, minado E agora que aceleras diz qual é a terra que te quis Quem conhece bem a tuga sabe que é o céu invertido O meu pai mostrava o atlas e até me divertia Apontava para a ilha e dizia “quero estar ali” Uns anos mais tarde vou pesquisar e é tudo uma base militar que parece um paraíso Nas páginas de um livro… Por isso digo-te, é melhor não leres menos do que encontras Ninguém quer ignorância quando morre Os fãs estão no início da carreira de fantoche E tu que não curtes livro nenhum, faz a história enquanto podes Lê-te enquanto livre Tu existes para ensinar paz aos hippies, violência aos nazis, corrupção aos políticos Nasceste para ensinar as personagens destes livros Lê-te enquanto livre Tu existes para ensinar paz aos hippies, violência aos nazis, corrupção aos políticos Façam o que fizerem vão ser sempre personagens
10.
Foi um segundo, apenas um segundo Vou tentar estendê-lo para um minuto mete aí a contar… Como dizem na gíria, eu estava cego quando fechei os olhos Vi uma boneca e voltei a ser quem eu era Foi um segundo numa conversa intensa AÇOmiu postura, para que nunca a confundisse, disse-me: “A tua mãe estava só preocupada e tens sorte, este sistema quis que vocês se odiassem. Não conseguiu. Amanhã acorda, vai lá diz que amas sem vergonha mas sem moca, só tu.” Mudando de assunto porque ainda tivemos tempo Perguntou-me porque é que eu fico mais triste no inverno Coincide, entro num ciclo de trabalho escravo Acabo a forçar resultados negativos Para além disso o horizonte não cresce Mas a boneca disse: “Isso é só o que parece! Tens tudo para viver burro, segue o teu instinto. Quando decidiste fazer o que estás a fazer já sabias, ia ser fodido. Mas está tão quase, não vaciles, seria um desperdício, e o melhor tempo ainda não foi investido.” Depois riu-se por eu complicar a vida Mas deixou-me descansado por ficar mais bonita enquanto se ria Ridículo… aquele segundo não acabava Mas aquele segundo era só medida física Teve que ir, disse que não há despedida Porque o corpo dela vai mas aquelas ideias ficam
11.
Ping Pong 02:15
Ping Pong, qual é que foi o meu erro? Porque raio eu ganho quando perco? Espero que a rede fique no meio É que passei a tarde toda a dizer “Next” e fiquei Amanhã será diferente de certeza Detesto marcar pontos, só quero manter a bola na mesa Se puxas eu puxo mais, não fico preocupado Enquanto a agressividade está do outro lado Até aos 11 ou aos 21 é amor que faz este jogo Recuso exibições Sou do bem, até me tornei inocente e irritante Já que não se paga atrás da igreja dos Anjos. Entro no spot, manco o campeão E todos os que lhe dão luta no meu campo de visão Às vezes jogo numa mesa mais pequena O dono dela gosta de alterar as regras Mas eu alinho em tudo Todo o desafio é uma g’anda sorte A meio dos jogos vou à lua e deixo ganhar por capote Uma vez ou outra só para dar moral Porque toda a gente consegue ganhar-me Meu brother não pares de tentar Ping Pong puxa mas percebe Sem bola na mesa não há jogo, agradece Sente o que eu sinto quando conseguires ganhar Eu fico triste pelo jogo ter acabado Não pares de tentar, puxa mas percebe Sem bola na mesa não há jogo, agradece Sente o que eu sinto quando conseguires ganhar Eu fico triste pelo jogo ter acabado Estou curioso com o que o futuro me reservou Um gajo que já fodeu com a Marta desafiou-me Diz que está sem jogar há muito tempo Ele com saudades de ganhar, eu com saudades de perder Espero sem ironia que ele seja bem sucedido Duas saudades, um novo amor correspondido É verdade, e estou a ser honesto Desfaçam o meu ego, bem vindo a tudo o resto E isto vale para tudo Até acredito que é assim que eu posso salvar o mundo Vou passar o dia todo a aprender Por isso Ping Pong, repito: Qual é que foi o meu erro? Ping Pong puxa mas percebe Sem bola na mesa não há jogo, agradece Sente o que eu sinto quando conseguires ganhar Eu fico triste pelo jogo ter acabado

about

Mistura/Masterização: Tiago Quintans (TK)
Desenho: @samukas3monstro_sk

credits

released July 16, 2020

license

all rights reserved

tags

about

Consultório Lisbon, Portugal

OS PROJECTOS EM QUE ESTOU ENVOLVIDO.

ASS: UNO

contact / help

Contact Consultório

Streaming and
Download help

Report this album or account

If you like Meu Filho, you may also like: